MARCOS IDENTITÁRIOS DA ARQUITECTURA E DO TERRITÓRIO TERMAL EM PORTUGAL

História das Termas 1 = Período Lusitano-Romano / Idade Média e Renascimento / Século XVIII
História das Termas 2 = Século XIX
História das Termas 3 = Século XIX
História das Termas 4 = Século XX
História das Termas 5 = Século XX / Século XXI / Referências
AS ÁGUAS DE SANTA MARTA NO ESPAÇO E NO TEMPO
Ação de Curta Duração, 18 de Outubro de 2018. O reconhecimento das “águas minero-medicinaes” portuguesas e as sucessivas concessões motivaram o seu aproveitamento em diferentes balneários que, ao longo dos séculos, foram alvo de reformas e modernização. Dentro deste universo, as Águas de Santa Marta tornaram-se um elemento de interesse social, científico e histórico, e os territórios circundantes beneficiaram disso, progredindo e expandindo-se. A 20 de Janeiro de 1898 foi publicado o alvará régio de concessão da exploração, a favor de António Lopes da Costa. Sobre a nascente foi construído um pavilhão (com uma estrutura poligonal), que mais tarde seria reformulado e ampliado, sendo criado um jardim, com campos de jogos de crocquet e de ténis. Em 1906, o médico e inspector das águas Tenreiro Sarzedas relata que, na estância, a água é utilizada directamente na nascente para ingestão, é engarrafada para exportação, e usada em banhos domiciliares, tendo os interessados que adquiri-la na fonte. O edifício das Termas de Santa Marta, na Ericeira, foi erguido em 1936, sendo uma obra do jovem arquitecto Pardal Monteiro. O Diário de Lisboa (de 1936) noticiou o lançamento da primeira pedra como a “grandiosa obra de ressurgimento e valorização daquela encantadora estância”, equipada com solário, balneário revestido a mármore e buvette. As termas da Ericeira estavam praticamente ao abandono desde meados dos anos 50 do século XX, tendo tido a autarquia como último concessionário. O edifício foi demolido em Março de 2005, num período em que decorria o levantamento dos conjuntos termais portugueses, cujo inventário teve a chancela do Instituto Português do Património Arquitectónico, com vista à eventual classificação dos exemplares termais mais importantes de Portugal. As águas de Santa Marta.
KORRODI E A REINVENÇÃO DA ESTÂNCIA TERMAL
Arquivo Distrital de Leira, Centro do Património da Estremadura, 22 Setembro 2018, Colóquio IV. Os projectos termais realizados por Ernesto Korrodi e Camilo Korrodi para Leiria, Monte Real e Castelo de Vide são resultantes de influências seguras do universo internacional, todavia reflectidas num planeamento arrojado de liberdade, mas por vezes confinado a uma exigência metodológica sentida principalmente nas expressões e formas do discurso arquitectónico. A expressão modernista bem assimilada no conjunto termal de Monte Real (1929; 1935-1939) contrasta com a solução mais tradicionalista e formal, na solução encontrada para o balneário de Castelo de Vide (1940). As soluções riscadas pelos arquitectos traçariam o destino destes territórios termais, tornando-os em centros de lazer e fomentando o desenvolvimento do conceito de centro termal. Este conceito de estância promotora de saúde, turismo e lazer foi encarado pelos técnicos como um elemento estruturante do planeamento estratégico, evidenciada pela inclusão dos elementos arquitectónicos, pelo desenho das artérias e áreas urbanas, dos parques e áreas verdes, dando particular atenção à defesa paisagística, ambiental e cultural do vulnerável ecossistema termal. A intervenção da parceria familiar Korrodi promoveu no território nacional uma marca bem distinta da identidade dos territórios das águas, consolidando o conceito de Estância Termal. Reflexões sobre educação patrimonial e artística
THE LEGACY OF THE PORTUGUESE SPA ARCHITECTURE
II Symposium Internacional de termalismo y calidad de vida. Universidad de Vigo, 20 e 21 de septiembre de 2017. This conference presents the importance of mineral resources in the development of portuguese spas and the political, social, economic, health and cultural power that everyday is transforming the life and bring new and enriching experiences.
Water and culture heritage – part 1
The Portuguese Spa Architecture – The design – Ir a banhos / Going to the Spas.
Water and culture heritage – part 2
Legacy. Study and inventory of heritage – Contemporary architecture – Architecture and design – Modernity in rehabilitation – New Spas – References.
RESEARCH ON THERMALISM IN PORTUGAL AND THE INTERNATIONAL SCIENTIFIC KNOWLEDGE
MinWat 2017 – 2nd International Multidisciplinary Conference on Mineral Waters – Luso (Portugal), 26th / 31th march 2017. The Portuguese thermalism has been one of the scientific areas that at the end of the XIXth century and the beginning of the next one have produced knowledge for a permanent update and influence, getting international exchanges …
Inside the academic sphere, Oporto University has been the one that has divulged the most this matter and has the thesis of his medical specialists published …
First of all, the XXth century was characterized by the scientific research flowering, featured by the creation of the Lisbon Institute of Hydrology ….
Nowadays, water researches and medical hydrological teaching mingle a conceptual comprehensiveness supplanting itself and setting the way to reach the knowledge of particular phenomena which individualize mineral waters …
Research on thermalism in Portugal – Natural mineral water, Science, Thermalism – Abstract – Natural mineral water. Evolution of the concept – The studies of the mineral waters in Portugal. Chemical Laboratory of the University of Coimbra – 1849/56. Banhos de Luso (António Augusto da Costa Simões) – New studies of the mineral waters in Portugal – Previous to Decre-law 1892 – Regulation of Portuguese mineral waters – 1917. Project for Thermal Park and equipment. Termas de Melgaço – 1901. Termas de São Vicente – 1908. Termas do Vidago (José Ferreira da Costa) – 1916. Spring pavilions and thermal bath (A. Rodrigues da Silva Júnior) – Establishing the use of the mine-mineral waters springs and the facilities exploitation – Charles Lepierre – Water analysis laboratories (19th-20th centuries). Vidago, Curia, Luso, Gerês, S. Vicente – Research – The Research Laboratory (Lisboa) – António Herculano de Carvalho – Direcção Geral de Minas e Serviços Geológicos – Direcção Geral de Energia e Geologia – Arquitectura e Design – References.
BANHO DE CALDAS
O banho na piscina reservada aos homens no Hospital Termal de Caldas da Rainha, HENRI L’ÉVÊQUE, 2 Maio de 1814. Através dos séculos, o papel das águas terapêuticas foi simultaneamente de pretexto para estadas dos mais abastados, mas também assistencial aos mais desfavorecidos. No início de Oitocentos, o viajante Henri L’Évêque entrou no Hospital Termal de Caldas da Rainha e foi a Banhos, penetrando na piscina destinada aos homens.
O desenho regista, com rigor, o espaço e os rituais, sublinhados pela riqueza dos pormenores da arquitectura do espaço da piscina dos homens (um dos dois banhos localizado no lado Sul do edifício) e das representações dos actos de tratamento, convívio e de cura.
O desenho põe em evidência o contexto de renovação arquitectónica do Hospital Termal fornecendo, ao público e à clientela endinheirada, um registo real da experiência de ir a Banhos, contribuindo, deste modo, para uma maior divulgação da estância enquanto espaço de ócio destinado tanto aos que procuravam melhorar os seus padecimentos como aos que procuravam a tranquilidade e o lazer.
References = Caldas da Rainha:Património das Águas. A.V.V. Lisboa: Assírio & Alvim, 2005, ISBN:978-972- 37-1047. O desenho das termas: História da arquitectura termal portuguesa / Helena Gonçalves Pinto, Jorge Mangorrinha. Autor: Pinto, Helena Gonçalves, 1966- Co-autor: Mangorrinha, Jorge, 1965- Edição: 1ª ed.
ESTORIL WELLNESS CENTER
Entre 1998 e 2000, o arquitecto Manuel Gil Graça desenvolve um primeiro projecto para o novo balneário termal, a que se segue um outro, desenvolvido entre 2004 e 2005, cujas obras, instalação e testes de equipamentos se desenvolveram até 2010. Em 2010, foram inauguradas as Termas do Estoril e o Banyan Tree Spa, localizados no mesmo edifício denominado Estoril Welness Center.
[fotos de Helena Gonçalves Pinto, fevereiro de 2017]